segunda-feira, 24 de março de 2014

NABO


Não adianta insistir no polo oposto
No certo ou errado
Medir força, nunca adiantou.
A poesia é a única arma possível.

Não adianta o grito,
o revolver, a pedra na mão.
Não adianta.
A poesia é a única arma possível.

É preciso entrar nas entranhas.
Distorcer os órgãos
Discutir os discursos
Torcer a arma apontada
dedo apontado.
Mostras as mãos, o peito.

É preciso mudar de ponto de vista
É preciso ter vista.
Armar outra batalha sobre o mesmo tabuleiro.
Reencenar sob uma nova ótica.

A poesia é a única arma possível.


Eu quero fazer poesia ao invés de Guerra.
Eu quero abraço ao invés de pedra.
Eu quero cor ao invés de concreto.

É preciso ser poético.
É preciso ser possível.



quinta-feira, 22 de agosto de 2013

" Pense nas Crianças mudas telepáticas"


Que que eu vou falar sobre as crianças que morreram? Eu estou aqui com pena de mim. Eu me sinto tão incompetente. Não sei a quem dizer. Não tem alvo essa dor. Eu morro com ela, com a minha incompetência de mudar algo, de sair dessas paredes. A gente aceita que no outro lado do mundo o mundo morra. Como faz? Para viver? Todo dia tenho que me lembrar que é preciso estar vivo. Ai eu me pergunto o que eu estou fazendo para o mundo. Ai eu olho ao redor e vejo o egos disputando entre si quem sabe mais sobre o mundo. E no fundo, só se quer refletor para o aplauso final. Eu preciso saber agir. Quando? Como?
Isso tudo ainda vai fazer sentido. Eu ainda vou encontrar um lugar para agir e modificar algo. A incompetência mata. Por dentro. A incapacidade de salvar alguém nos deixa abatido.Sistema filho da puta. Cruel. Quem é o culpado? Quem???? Me diz! Por essa truculência diaria? E por que ninguém nos diz nada???? Por que essa mídia disfarçada? Eu quero nascer de novo.

Tenho que acredita que nós somos capazes de mudar alguma coisa, Sim!
Caso contrario não tem porque estar vivo.
É só o que resta.
Me falta ar. Me restam palavras. E eu só queria engolir o choro e agir.



terça-feira, 9 de abril de 2013

Não pode morrer.

É tanto medo e decepção que começam a morar dentro de nós.
As vezes, mover-se é o mais díficil.
Dói
O estacionamento
o fracasso.
a transformação
Dói
A impossibilidade de virar o que se abomina para conseguir o que se quer.
Não quero.
Queria olhar o mundo, ainda com os olhos de quem sonha e acredita que faz a diferença.
Quando essas coisas saem de nós?


Eu vou dizer Adeus.
Um dia, eu vou.
E queria olhar e saber que não fui engolida pela crueldade e secura da vida.
Pela exigencia de ser bom demais.
ou pela repetição das quedas.

Gente é fragil
Precisa parar com essa coisa de sinceridade a todo momento.
Isso nos faz exposto
e nos machuca.

O mundo não tem lugar para sinceridade.

Embora a única coisa que me mantenha nele
é meu olhar sincero para tudo que me rodeia.

Talvez essa seja a maior dor.
Talvez seja nesse momento que as coisas te fazem menor e incompetente diante de tanta coisa grande demais.

Eu abomino a ideia de virar superficie para conseguir, ainda, estar aqui.

como se faz?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

(Des)sintonia

Eu cansei de ser essa sintonia harmônica.
Cansei das pessoas acharem que eu não me importo.
Eu me importo sim.
Eu sou gente!
Gente sente, chore, esperneia.
Todo dia nasce dor e riso em mim.
E não sou só eu quem os planta, é o mundo.
Eu sou só filtragem.
Eu sinto medo, frio, saudades.
Muitas.
Sempre.
Eu cansei de ficar sorrindo, enquanto você acha que eu não vou me importar.
Para de achar que eu não vou me chatear ou me magoar.
Ou eu preciso gritar para ter um pouco de respeito?
Eu preciso bancar a sua grosseria e seu tom irônico para você considerar um pouco do tudo que fazemos um pelo outro?
Me usa que eu te uso. Mas não me use só. A gente é troca, à todo tempo.
Não posso com o seu olhar narciso sobre o mundo, fingir que ainda te quero aqui, ou me quero ai.
ão.
Até breve.

Sobre a efemeridade


Como as coisas que brotam com imensidão repentina podem esvaziar-se de sentido em tão pouco tempo?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

sábado, 3 de novembro de 2012

Procura-se

Cavar os buracos aos poucos para não esquecer de estar vivo.
Ele achou que bastava navegar entre as ruas reais e os paralelepípedos sobrepostos.
Às vezes é preciso cair em buracos. Diz perplexo. Porém, sem lagrimas nos olhos.
A rua se fez deserta, onde será que as pessoas cavaram suas existências?
Ele queria compartilhar.
Mas já eram 3 da manhã.
ele se perguntou. Quem era eu?
Fui alguém. Agora estou parado desejando saber meu próximo passo.
Senta-se à calçada. Os ratos passam fazendo seus ruídos. Nada demais. Mandaram-me esperar.
Já vai amanhecer e quando as pernas passarem por mim, me ignorando tal rato. eu me procuro novamente entre os desejos das arquiteturas.