quinta-feira, 22 de maio de 2008

contração

"Frascos de vidro são relacionamentos mal terminados. Daqueles que não sabem o porque . Porque mal resolvidos na incerteza, ficam presos no olhar, ferindo sem saber os sinais .

Boca , desejo,prazer, braços, corpos, unha , carne, acaso, acidentalmente por acaso, no erro , no braço de outrem , da dor de mim mesma dentro de ti , porque não se sabe mais quem de nós se foi de verdade, na loucura do ato , do pensamento, do grito calado, engasgado na garganta , preso junto ao pulmão poluído, marcado com a mancha de café no tapete da sala, no silêncio do pensamento, e sorriso e afins . Ponto . Não mais o ponto que era fim. Afim de confundir o desejo da boca e só. Desprezo , loucura e tortura. A janela abre e fecha. Silêncio. Passos perseguindo passos. Errantes , não arriscando a dor. Covardia. Procuro som das palavras , descobrindo em todo meu corpo outros pensamentos. O que meus seios pensam? Não sei saber o que de nós ainda resta . Não resta , ainda vive , distante , porém vida . Difícil ser o que se é. O tempo? Mil coisa num tempo curto. Quase nada no duradouro e cansativo tempo . Mil nadas, que curto período .Quase coisas , qualquer tempo.De concreto, possibilidades. Só Tic e TAC, porém, não concreto . Ainda resta o resto do avesso de nós dois. É.. até atravessar a rua ficou esquisito. “



Dominique Arantes

sábado, 3 de maio de 2008

X2

" Era de tudo um pouco. Mas, mesmo feliz, não era, para ela,o suficiente . Ela queria amar de novo. Estender as marcas do seu corpo. E não tinha medo de se envolver. Arriscava cada risco e contorno de si em busca das verdades que se perdiam no outro. Queria o olhar no silencio do amanhecer , hoje , amanha e depois. Abraços nos mesmos braços, sem medo de se doer. Procurava sentir e esperava encontrar, sem sofrer , baixinho dizia: sinto falta de sentir o que amo ...

Era um pouco de tudo .Mas, nem isso a fazia feliz por completo. E sempre que amanhecia ela se esquecia do que deveria fazer parte de si. Não sabia mais guardar em si . Via algumas marcas em seu corpo, mas pouco notava e nada importava mais de onde vinham. Queria o vai e vem, e o que convinha pra não se magoar. Primeiro abraços , depois beijos , corpos , respiração, e, logo, virava pro lado, tratando com mal trato quem deveria amar. Sem procurar , também , sem se queixar, sorria e tranqüila dizia : Não quero mais amar...

E assim duas , não sabia o que fazer , se seguia assim , ou tentava se esconder. Não me perguntem o que dela se fez... Perdi de vista essa menina com ares de mulher ”

Dominique Arantes

sexta-feira, 2 de maio de 2008

rasgo

“Não ...nem sempre solidão significa tristeza.

Às vezes, a água não mata a sede

Nem a chuva, o calor.

Então, pra que me perguntar se ainda te quero ?”

Dominique Arantes