sábado, 28 de julho de 2007

Despedida

"A notícia chegou e fez o menino chorar

Fez-se forte , mas não agüentou

Fim , medo , novo , culpa ....

Tentativas , busca do racional por uma explicação clara

Busca da explicação da dor.


A menina , visivelmente sempre mais sensível ,

Não esperou uma respiração completa,

E desabou a chorar.

Como se as lagrimas fossem capazes de preencher o vácuo que se fez em seu peito

Derramava gotas forçando-se a acreditar ,

para o seu próprio bem e para o bem de todos ,

que era essa a única forma de se solucionar tal caso.

Pois foi isso que ouviu da mulher.


Sim , A mulher .

Aquela imagem cheia da vida , força , amor ,

Após colocar todos em seu peito de mãe e acalmar as almas,

Não reteve suas lágrimas e meio escondida ,

Abraçando seu homem , chorou.

Deixou que se manifestasse a dor da perda.


Já o homem , remediou à todos :

Fortaleza , abraços , palavras,

Tudo que poderia ter feito para melhorar

O ar que se fez.


O homem-menino entrou calado e

Saiu da mesma forma

Precisava se fazer forte para si mesmo e para a menina.

Já havia chorado , não o suficiente ,

Mas o bastante para diminuir seu vazio.


Vazio que se contrastou com a riqueza

E a beleza da ingenuidade infantil ,

Que gargalhava ao ganhar uma partida de um desses

Jogos que essa geração consome sem pudores.


Risada gostosa ,

Sorriso sincero,

E questionamento sobre as lágrimas.

Despistado ,

e após engolir qualquer explicação sem coerência alguma

dormiu como um anjo.


A menina ainda busca , assim como todos ,

Cessar seu choro.

Por isso escreve.

Tenta colocar no papel e em palavras,

A vazio indecifrável que sente.

Ficando só com a imagem do que se foi ,

E fortalecendo-se para o que vira


Deixa a alma que deve seguir , seguir.

Mudando os canais , ouvindo música.

Fazendo qualquer coisa que à distraia e

À faça lembrar com menos freqüência.


A despedida fica nas lembranças,

Nos risos , nos doces , sorvete , abraços, na reza,

Pensamentos para que essa alma , já desmaterializada,

Encontre a luz , e uma outra realidade que , para ela _ a menina,

Parece ser bem melhor que esse mundo de rancores , remorsos,

e egoísmo em que se encontra.


Mas assim vive , e acha na vida a beleza do simples viver.


Dominique Arantes , 27/07/2007.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Fantasia




No minha fantástica imaginação

Te vejo vindo assim

Vindo e sorrindo


Fantasio o calor do seu toque

O macio da sua boca

Seu cheiro seu sorriso


Arrisco desprender-me

Por um minuto

De tudo e de todos


E só te sinto



Só meu corpo por cima do teu

Que se mistura e se perde


Sem visão

Nossas mãos se encostam

E se prendem no outro

Respiração ofegante

Confiança

É a sensação da experimentação


Eu que te tive tantas vezes

Agora te descubro

De repente sinto tudo mais profundo

Diferente


Você , em mim .

Já não era sem tempo

De amar a fantasia e torna-lá real

Fazer do amar

O amor natural


O encontro de dois

Dois corpos

Dois amores

Dois mistérios


Dominique Arantes

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Corpo e alma

" Noite fria. Corpos que saem em busca de algo para se esquentar .
Uma bebida , um outro corpo , o novo corpo.
Corpo novo que se junta no calor do beijo , e se faz descoberto entre mãos macias . Sensações!
A saudável beleza do prazer carnal . Prazer, sexo, energia que procura explodir no encontro com o outro . Puro prazer ou prazer puro?
O que há de pureza no só sentir e se deixar levar pelas sensações?
Eu vejo a pureza , a pura pureza do prazer , sem alma , sem sentimentos , só sentidos.
Olhos fechados, não se sabe quem é o outro e nem porque o escolheu , mas o corpos se atraíram e se aceitaram , sem a burocracia da alma para questionar. Almas já esgotadas de tanto serem maltratadas pelo amor , ódio ,lembranças , pudores , medos , receios, derrotas , vitórias , pela Vida.
Não , pelo menos nessa noite fria , não se quer colocar a alma em primeiro lugar , quer-se o corpo coberto por outro corpo.
A noite chega ao fim , os corpos de desgrudam , o frio volta , e a alma ,que foi deixada de lado , ainda se encontra esvaziada. Esvaziada , Ex , vazia , dá , vazia da vez , dá ! esvazia! , azia se fez , não fez , desfez , refez , mal fez , e fez. Agora , com o corpo já aquecido , a alma se encontra fria , pois ia tentar de novo buscar encontrar o novo , e se perdeu no corpo"


Dominique Arantes

terça-feira, 10 de julho de 2007

Menino homem

Menino homem
Na grandeza de um sorriso

Na força de quem não tem medo

Vive um mundo que é seu.


Leve como seus saltos,

São seus sonhos,

Seus abraços.


Embaixo dos cachos,

Agora já desfeitos

Cada história, cada vida.


No palco é quem mais brilha.

Na vida é quem mais me faz sorrir


Que mistura mais gostosa essa a sua:

Meio menino , meio homem,

ora sorrindo, ora chorando

ora isso , ora aquilo


Suas pisadas pesadas mostram o amadurecimento,

Mas seu sorriso ainda traz a inocência

De quem quer mudar o mundo


Talvez, falte-lhe calma e a serenidade

De um alguém que já sabe como o tempo é sábio.


Enquanto isso ,

Siga com seus saltos , seus grandjetés,

Seus giros , e assim vá girando o mundo

Até que encontre seu lugar.



Dominique Arantes

domingo, 8 de julho de 2007

Versos de Ti

De um papel em branco brotam os versos

Brota o mundo , a vida , os seres.

Minha impressão pessoal

Sobre coisas que não tenho conhecimento algum,

Ou sobre outras que me encontro por inteiro.

Num papel , uma caneta ,

A música soa , e as imagens vem:

Passado , que se mistura com o presente

Na tentativa de desvendar o futuro.

Escrevo os mistérios da vida ,

De mim,

De ti.

Escrevo em métricas tortas

E tontas de emoções

Escrevo com aquilo que não creio mais

Então Experimento sentir de novo

E assim entre palavras adivinho e mundo

E me descubro nele