quarta-feira, 25 de agosto de 2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Está tudo fora da geladeira
A casa está uma bagunça. Tem roupa no chão, quarto partido e louça para lavar. Criança para levar à escola, cabelo para pentear. A casa está partida. Ela está sozinha. A bateria vai acabar e só resta a saudade do ex-corpo que fala ao outro lado da linha. Ele diz. Volta e me faz reapaixonar por você. Eu topo. A gente novamente, a gente cozinha, costura e arruma a geladeira. Eu topo. Eu digo que não sei reconquistar que você me escapou. E insistente o corpo diz me : abraça que eu te guardo no ombro. e a gente dorme em conjunto outra vez. Eu topo.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
OVO
Olho no espelho. Não sei se me reconheço. É preciso descascar tantas vezes a pele que criamos para nos protejer. Dá-me um pouco de raiva. Pelo menos sinto algo. É um sinal de que estou vivo, e faço do meu latejar alguma pulsação concreta. Ou não. Sei que queria descascar-nos todos, e trazer-nos para o mundo das ingnorânças, onde o que existe é a verdade. Nos esquecemos disso. Porque quando eu te olho, eu já me viro e me protejo de qualquer exposição sobre o que sinto. E porque não mostrar? Prefiro a verdade, me expor. Por mais que me corte. Pelo menos crio um mapa em mim. Está aqui meu corpo, cheio de rabiscos, de tanto corte, e perdas, e chutes, e abraços, e beijos e olhar. E é bom ver que me cortei. É bom ver o choro. Ver que tudo foi verdade. E que minha defesa é falha. Não dura muito. Quero relacionar-me tal qual a criança que descobre algo. E descobre num diamante, não o valor financeiro, mas a beleza e a sensação real que aquilo lhe causa. É preciso brincar com o vento, correr na grama. Esquecer as coisas determinadas.É preciso tirar a casca.
Para um sorriso
Era um sorriso recuperado. Eu havia esquecido a felicidade em algum lugar escondido. Você assim, quando me surge correndo e pedindo " fica comigo até para sempre", basta-me sorrir. Sorrir e ser com você, no corpo cansado, e correr e cair na areia até o Sol se pôr, e não ter mais forças para levantar. E acha graça e deitar imundo na areia, caindo rindo de uma piada qualquer. Não me deixe esquecer, nem perder novamente esse sorriso. Era felicidade, que vem dos poucos encontros essenciais entre nós. Existem presenças necessárias. Não me deixe crescer.
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