"No ato primeiro
Eu ando e canto
Coloco-me na sua frente
Desconfigurada ,
revirada , invertida
Meu segundo ato
É me doar ,
Dar meu corpo
Pra você sair do seu lugar
E esse limite entre nos
É quebrado por que
Quem atua , quem responde ,
Também é você.
Terceiro.
Respiro , calo
E de repente falo de mim.
Para todos ouvirem.
Meu ato autobiográfico .
No quarto (ato),
Me tranco no quarto ( paredes),
E só quero te ver outra.
Outra, muda a roupa.
E surge mais um,
E o Ato se transforma ,
Agora sorridente , gozando do excesso,
Meu quinto (ato)
Se desmembra por todos os meios.
Eu preciso lembrar do primeiro."
Dominique Arantes
quinta-feira, 25 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Pelos cortes e cicatrizes.
O diferente nos corta
E em toda manhã, um ou outro
Está limpando ou tampando todas as cicatrizes
E,
todas as relações se dão pelo poder
O meu de obedecer,
O seu de ser poder.
Podendo por horas mandar,
E eu nada fazer.
Porque,
desde sempre,
menos me disseram que eu era,
assim na margem por aqui fiquei.
Por outro lado,
Querer crescer poderia fazer do meu poder
Violência.
E mais,
De sua violência meu poder.
E de tudo,
fica o que é seu sobre mim
Anulando-me os gestos, o corpo e a fala.
Dominique Arantes
15 de Junho de 2009
E em toda manhã, um ou outro
Está limpando ou tampando todas as cicatrizes
E,
todas as relações se dão pelo poder
O meu de obedecer,
O seu de ser poder.
Podendo por horas mandar,
E eu nada fazer.
Porque,
desde sempre,
menos me disseram que eu era,
assim na margem por aqui fiquei.
Por outro lado,
Querer crescer poderia fazer do meu poder
Violência.
E mais,
De sua violência meu poder.
E de tudo,
fica o que é seu sobre mim
Anulando-me os gestos, o corpo e a fala.
Dominique Arantes
15 de Junho de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
VEZES
Às vezes
tenho medo
do que você me causa.
É tanto tanto
que fura os olhos
e pega a alma
às vezes
quero gritar
apagar o escrito e
te tocar de verdade.
E então seus olhos vem
e vão
em vão .
Porque de tanto querer
desaprendi a falar
e fico só
imóvel
te vendo olhar
desaprendi .
Às vezes,
eu só queria
dizer um "oi" e te fazer
me querer ouvir falar.
Só às vezes .
Porque quase sempre,
prefiro teus olhos à me vigiar ,
e eu fingindo não te ver,
sem nada saber,
só querendo ,
sem querer te assustar,
pegar o teu olho à me olhar
pra ver por quanto tempo
seus olhos me olham
e penetram em mim.
Dominique Arantes
tenho medo
do que você me causa.
É tanto tanto
que fura os olhos
e pega a alma
às vezes
quero gritar
apagar o escrito e
te tocar de verdade.
E então seus olhos vem
e vão
em vão .
Porque de tanto querer
desaprendi a falar
e fico só
imóvel
te vendo olhar
desaprendi .
Às vezes,
eu só queria
dizer um "oi" e te fazer
me querer ouvir falar.
Só às vezes .
Porque quase sempre,
prefiro teus olhos à me vigiar ,
e eu fingindo não te ver,
sem nada saber,
só querendo ,
sem querer te assustar,
pegar o teu olho à me olhar
pra ver por quanto tempo
seus olhos me olham
e penetram em mim.
Dominique Arantes
coberta
Olharam-se.
- e então ?
- tudo indo .
( riem )
- Eu sei. Nós?
- indo
- disso eu também sei.
- ah é? E então, o sobre o que você não sabe ?
- Seus olhos
- Que tem eles?
- Eles me furam toda manhã.
- Só pela manhã?
- Sempre que na noite anterior me deito em você.
- E quando sou eu quem fica por cima?
- Ai então .. desculpa.. não sei responder.
- então você se cala.. É isso que acontece quando quem deita sou eu.
- É . Eu me calo.
- Porque meu corpo não te corta tanto quanto meus olhos.
- Não. Seus olhos não me cortam, eles me furam.
- e domora pra cicatrizar?
- não cicatriza nunca.
- nunca?
- talvez um dia , mas ainda não presenciei isso.
- entendo.
- não. Provavelmente não.
- e se eu te disser que comigo é o contrario.
- como?
- seu corpo.
- que tem ele ?
- seus poros respirando me matam.
- quando eu fico por cima?
- Quando eu respiro no seu pescoço.
- e dói ?
- sangra.
- dói ?
- Não. Sangra.
- hum.
- estranho..
- e que a gente fez quando acorda?
- se olha e sorri. Porque só nos resta limpar os cortes.
- agora tem uma parte minha em você.
- você.
Dominique Arantes
- e então ?
- tudo indo .
( riem )
- Eu sei. Nós?
- indo
- disso eu também sei.
- ah é? E então, o sobre o que você não sabe ?
- Seus olhos
- Que tem eles?
- Eles me furam toda manhã.
- Só pela manhã?
- Sempre que na noite anterior me deito em você.
- E quando sou eu quem fica por cima?
- Ai então .. desculpa.. não sei responder.
- então você se cala.. É isso que acontece quando quem deita sou eu.
- É . Eu me calo.
- Porque meu corpo não te corta tanto quanto meus olhos.
- Não. Seus olhos não me cortam, eles me furam.
- e domora pra cicatrizar?
- não cicatriza nunca.
- nunca?
- talvez um dia , mas ainda não presenciei isso.
- entendo.
- não. Provavelmente não.
- e se eu te disser que comigo é o contrario.
- como?
- seu corpo.
- que tem ele ?
- seus poros respirando me matam.
- quando eu fico por cima?
- Quando eu respiro no seu pescoço.
- e dói ?
- sangra.
- dói ?
- Não. Sangra.
- hum.
- estranho..
- e que a gente fez quando acorda?
- se olha e sorri. Porque só nos resta limpar os cortes.
- agora tem uma parte minha em você.
- você.
Dominique Arantes
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