quarta-feira, 20 de julho de 2011

oi

É sobre seu braço direito
fiquei esperando deitada
esperando meu encaixe em você

É sobre o abraço apertado
a gente esqueceu em algum outro lugar
aqui, ele não brotou.

Sobre

Sob o meu colo
Sobre esquecer na manhã seguinte
Sobre não prever os esquecimentos

É para não esquecer de ser efêmero que a gente se faz existência.

domingo, 10 de julho de 2011

circulação

É para não esquecermos que não somos duros feito concreto. Para podermos atravessar a pele. Pela pele. Pura pela. Pelo corpo. Corpo é lugar do acaso. É feito do outro. Não da minha pela. Meu corpo está sendo pelo corpo daquela moça ali, que atravessa a rua e tropeça, e mais daquele rapaz, que é alto narigudo, e que passa correndo por mim, como quem me virasse com o vento que faz sua passada. É só pele, e pelo. Então não nos diga para entender quando minha mãos se esticam tentando pegar as suas. É só pela pele, ou pelo. É essa respiração que fica entre nossas respirações. Átomos? Sim tem uma coração. Que já saiu do peito varias vezes. Ele circula, tal qual os outros órgãos. Eu te amo no peito esquerdo. Às vezes meu amor está nas mãos. Às vezes, no púbis. Quando quero muito dizer, sobe ele, o coração, então, ele percorre todo o corpo, e movimenta todos os outros corpos, digo órgãos, que já estão assim embaralhados, e vem até a boca, o meu amor vem à boca, quase saltando querendo ser morte. E eu te amo ali, na boca. Enfim, é só sobre essa troca da pele, dos pelos, dos átomos, dos órgãos. É para não esquecermos que somos corpos atravessados. O corpo é lugar do acaso.

Persistência

Você  pode roubar meu coração e fatia-lo em pedaços.
Não me preocupo. É para isso que se ama né?
Para ser risco.
Eu estou esperando agir em desmedida. Só isso.
Para que a gente possa ser café da manhã mais vezes.
Para ser experiência, e não vazios constantes.
Assim a gente pode ser depois, diferente do antes. Entende?
É simples. Só para poder dizer sobre viver. ou amar. Sobre estar sendo algo por inteiro.
Eu não vou abandonar as folhas antes de escrever nossas silhuetas nelas.
Minha falta de ar diz algo sobre você. Como sua ausência me confunde as pernas.
Eu gosto desse jeito. Do seu. Gosto da sua respiração no meu ouvido. Como quem diz permanece aqui mais alguns dias. Eu permaneço. mesmo que você não tenha dito ou pensando isso. Eu permaneço sobre você atá quando nossos sorrisos cansarem.