quarta-feira, 22 de abril de 2009

Por toda a minha vida

Já é hora , mas a ALMA fica. O CORPO vai e procurando as feridas , tenta justificar o caminhar TORTO em outra direção. Ai vê-se que o amor ainda está , ainda sobreVIVE em meio a tanta confusão. Difuso nos VENTOS E OLHARES , ele ainda está. E vai além , porque descobre-se que amar não é só toque , nem ar. Descobre-se que de tanto amor a alma transcende e páira em outro lugar. Somente os DOIS amantes podem entender , pois soa estranho aos sentidos convencionais , o que significa a ETERNIDADE do amar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

palavras ao som de rabiscos

Lá fora a chuva chora ,
E eu aqui esperando uma resposta
das minhas palavras resmungantes.

Resmungas-te algo ?
Só diz em silêncio coisas infâmes.
Doce coração que se perde no amar
E no desejo de outras respirações.

Ah! Um dia ainda hei de amar a discórdia!

Por hora gosto do som das gargalhada,
Dos amantes na madrugadas arriscadas,
Das marcas nos corpos com riscos dos suores
em si mesmo perigosos

Como era doce amar nas primaveras.
O gozo suave dos lençóis molhados
Gargantas secas , ofegantes respirações.

Era doce sua saliva dizendo “ Je t'aime”
Enquanto sentia todos os meus prazeres.

Sem discórdia parto , para que
Qualquer possibilidade de dor
Seja só lembranças de lençóis
Rasgados com a marca do nosso amor.

Dominique Arantes

Sob as asas

Quando me calo , eu falo
Quando te olho , eu calo.
Sem querer te falo coisas
Nos mais simples cruzar das mãos.

Quanto mais quero , esqueço-me.
E agora digo que vou.
Voar e arder por outros ventos

Quanto menos falo , mais sinto.
E livro-me de mim mesma
e meus pesos insuficientes.

Quero amar o simples vento
soando em meus lábios.
E me ver voando sem espera ,
sem qualquer coisa que me finque no chão.

Tanto quanto eu sinto,
E te quero por perto.
Quero também me olhar só,
E completar a mim mesma

São só asas que precisam de ventos.
E , dessa vez, pelos simples bater delas
É que a busca deve ser feita.


Dominique Arantes