domingo, 25 de abril de 2010

Hora

É que, de novo, partida.
Se fez a hora de ir.
Para dar, te dizer, palavras frias de em coração em pedras.
De novo. Não há nada novo. Existe essa mania de ser escrita em versos alheios e esquecer-se de si. Pequena moça, descuidada , achando que o mundo ainda lhe pertence. Que pode com versos produzir sorrisos. Mas nem em si mesma, teve tempo de descobrir quanto amor lhe foi destinado numa tarde fria de domingo. Deitou esperando acordar com um coração inteiro.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Te esperei, mas você não veio.
Esperarei amanhã.
E depois.
Por isso que um dia irá ser disfeito, feito giz.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Vontade de escrever você inteiro.



E só.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Ainda

Existe. Ainda nada. Assim de concreto. Entre nós, nada. Como é possível sentir saudade disso que que não somos? Pois bem, eu sinto. Pois bem, ficou um cheiro seu em algum lugar imaginário do meu corpo. Estou correndo atrás dele, não para apagá-lo, mas para apalpá-lo. O cheiro, eu digo. E se puder, você. Pois bem, ou por mal. Não importa. Por mim, para nós, resta saber que estamos sendo. Algo ainda que impreciso. É tudo que nos resta. Não, não nos acho resto de outros alguns. Faltou-me ver a ti inteiro. Ainda.

domingo, 4 de abril de 2010

Concreto

Moça- Oi
Rapaz - Olá
Moça - Como vai? Como está tudo por lá?
Rapaz - Lá, está bem. E você?
Moça- Eu. Bem!
Rapaz - Bom. Que bom!
Moça - É...

Silêncio

Ambos - Você..
Rapaz - Pode dizer..
Moça - Imagina, você ia dizer algo mais importante, com certeza.
Rapaz - Primeiro as damas, sim?
Moça - Ah... Hoje ninguém segue isso, a não ser que seja interessante para quem diz.
Rapaz - É do meu interesse te ouvir.

Ela esboça um sorriso.

Rapaz - É do meu interesse te ver sorrir.
Moça - Quanto tempo faz?
Rapaz - O que?
Moça - Que a gente se perdeu e não se deixou concretizar?
Rapaz - Pouco.
Moça - Pena.
Rapaz - Eu te perdi mesmo?
Moça - Bom, você não se deu tempo de ser concreto.
Rapaz - Desculpe-me.
Moça - Não. Foi bom. Foi um brisa saudável.

Ele a abraça. Ficam quietos por alguns segundos.

Rapaz - Seu cheiro. Voltei por ele.
Moça - Sempre confiei naquele perfume. (risos)
Rapaz - Você me faz sorrir,
Moça - Você me faz.

Silêncio

Moça- Você sempre se assusta com o que eu falo.
Rapaz - Eu me surpreendo me perguntando como te deixei ficar.
Moça - Você quem partiu.
Rapaz - Eu deveria ter levado comigo, você inteira, e não, somente, o seu cheiro.
Moça - Por que partiu? Ainda não entendi.

Silêncio

Moça- Você faz muita pausas. Estamos paracendo novela mexicana. ( risos)
Rapaz - As palavras não saem rapidas de mim.
Moça - ham...
Rapaz - Hum...
Rapaz - Eu fui, pois não adiantaria ficar sem você me sendo inteira. Naquele dia, em que nos demos as mãos, e quase, assim, deixamos de ser metade um para o outro, você se virou para outro também. E eu não pude te dividir. Não pude pensar na possibilidade de não sermos outra coisa senão complementos.
Moça- E, agora, voltou buscando-me inteira.
Rapaz- Voltei somente.
Moça- Ainda me quer ?
Rapaz- Qualquer pedaço.
Moça - Você está sendo incoênrente.
Rapaz - Eu sei. Mas aceito desde que não tenho de você, só o cheiro.
Moça - Vamos recomeçar, então.
Rapaz - Pelo pedaço mais interessante, sim?
Moça- Sempre.
Rapaz- Me dê a sua boca.


Beijam-se.