quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

amanhecendo

“Sem nexo , sem nada .
Não não não!
Não é tristeza não.
Não tem linhas poéticas
Nem versos rimados .
Tem mudança no caminho e sorrisos para dar.
Ai ai ai ...
To indo ver o Sol”

Dominque Arantes

para um novo começo

Faz um tempo que só fica olhando o mundo da janela. Andando de um cômodo para o outro. Acha uma novidade , mas olha o relógio e vê que já é tarde para brincar. Ai deita , ai pensa , ai vira para um lado , para o outro , e sonha que está voando . Sonha com um outro lugar , uma janela sem grades que a faça pular. E Corre tanto e sua até o relógio despertar. Então abre os olhos , então pensa , então se põe a chorar. É .. há de haver um tempo que o temor vai se acabar. E, do lado de fora, também, tudo vai se transformar. Sonhos , choros , ações, risos . tudo de verdade .. Porque as reticências do meio farão as asas de um novo final .

Dominique Arantes

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

jantar

“Para um pouco e pensa no todo

No tudo que te dei.

Seca essa lágrima e põe sua roupa nova ,

que amanhã estou ai pro jantar.

Estou com saudade de te ver sorrindo ,

De te ouvir cantar .

Não quero mais ouvir a dor da sua voz,

Quero seus braços e cair nos abraços

e deitar no seu colo até o dia clarear

dizendo pra nós o que deve ser feito.”

Dominique arantes

domingo, 24 de agosto de 2008

Outros sentidos



Abro os olhos,
o verde está tão verde quanto o roxo sempre foi pra mim.O pulso pulsa sem parar numa frequencia outra enquanto meu corpo esquenta. Dilatei tudo que sentia , e tudo está tão mais vivo. Estou te olhando por dentro , dentro de mim. Você em mim . E olho assim , com o sorriso do cheiro da sua respiração. Dancei aquilo que chamam de dança do amor, e você foi meu par. Gosto de agosto. Ponto.
As cores estão vivas. Atravessando a rua ouço a carro da outra esquina buzinar. Buzinas destroem a paz da cidade. Falha. A quantidade de desordem vem de outras coisas , não teria sentido. Esqueci o protetor solar, os óculos , e um casaco para mais tarde. Não importa, pretendo não parar , não ser tarde. Vou entardecendo e amanhcendo dentro de mim , dentra as coisas que escolho está sua mão.E o tempo vai ficando cedo , cheio de sede de recomeçar.
Ponto , palpebrás abrem e fecham para achar novos sentidos no velho dia seguinte.

Reticências para continuar.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

batidas na porta de trás

Minha cabeça dói.

Ainda há um ruído da noite de ontem.

Quando você veio até mim , pensei que viria de verdade.

Então agarrou minha cintura, lambeu meus lábios, pegou a chave do carro e se foi.

Um ruído do seu olhar ainda está nos meus olhos.

Mas agora você foi de verdade , pois saiu e esqueceu de me deixar só.

Uma outra voz me atingiu a nuca , e me levou ao quarto andar.

Depois desci os degraus e você estava de volta , jurando de novo ser outro .

Eu só queria a verdade, mas sua incapacidade de ser fiel à você mesmo te fez fugir e voltar.

E agora eu quero estar de volta ao quarto andar, mesmo com essa dor que lateja em minha cabeça.


Dominique arantes

segunda-feira, 7 de julho de 2008

no meio do infinito com juras de amor

Quero ficar contigo por mais tempo,

Até que seja tempo de não mais saber olhar.

E se olhar seu rosto não puder eu mais

Me basta ouvir sua voz dizendo “amor”.


Quero contigo ficar

E por mil vezes me jogar em teu corpo

E me encontrar todas vezes que beijar teus lábios


Contigo ,

Quero qualquer ato,

E por todos os motivos

Quero os mistérios de tudo que ainda possa existir


Ficar assim ,

com aquilo que nem pretendo explicar

sentindo coisas sob falas sem nexo

só por ter você em mim .


Quero

E se meu desejo não for mais possível

Contento-me em ver-te feliz

Apesar de saber que a felicidade nos guarda um para o outro.


Dominique Arantes

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Vai indo , que eu ainda te alcanço, calça o teu sapato apertado, abre a porta e vai ver a luz do

dia. Hoje eu quero preguiça, quero ficar deitada sentindo seu cheiro no meu edredom. Vai indo , eu ainda te espero. E mesmo que venham outros ,e virão, quando voltar, direi : ainda sou tua , ainda te quero, eu ainda te espero, na mesma posição.

Dominique Arantes

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Por nós

Somos aquilo que somos e sentimos e a cada dia a felicidade aumenta. Mas , sem mais nem menos , tem-se que deixar de ser, e fingir não ter afeto por quem se ama , não tocar , não olhar , não trocar , mal falar ... E assim, misturados entre desejos e limites é que ficamos. Porque se à noite, em nosso esconderijo, somos nós e ninguém mais e, assim, somos plenos com a felicidade tomando nossos corpos à cada respiração , de dia somos o contrario , vigiados, presos nos desejos internos , sem poder dizer por inteiro como se ama. Somos beijos através das mãos , abraços pelos olhares , sorrisos sorrindo palavras de amor. Então, nesse momento, falta coragem pra gritar o que se sente , e resta medo da dor do depois. Falta um pouco de compreensão do mundo , por nós e dele sobre nós. O que falta é eu poder acordar todo dia do seu lado , sem ter que ir embora correndo; falta tempo pra ficar abrançando-te toda vez que penso em você em distância; falta parar de sentir a sua falta e ficar mais presente ; Enfim , para nós , nada falta , há em excesso amor , carinho , compreensão , cuidado ... Quem sente falta é o mundo que se esquece o que significa o amor e se prende em questões do parecer , quando se deveria só ser para ser feliz. É... Tem se muito o que aprender. Enquanto isso , te amo, o que já me é necessário.

Dominque Arantes

quinta-feira, 22 de maio de 2008

contração

"Frascos de vidro são relacionamentos mal terminados. Daqueles que não sabem o porque . Porque mal resolvidos na incerteza, ficam presos no olhar, ferindo sem saber os sinais .

Boca , desejo,prazer, braços, corpos, unha , carne, acaso, acidentalmente por acaso, no erro , no braço de outrem , da dor de mim mesma dentro de ti , porque não se sabe mais quem de nós se foi de verdade, na loucura do ato , do pensamento, do grito calado, engasgado na garganta , preso junto ao pulmão poluído, marcado com a mancha de café no tapete da sala, no silêncio do pensamento, e sorriso e afins . Ponto . Não mais o ponto que era fim. Afim de confundir o desejo da boca e só. Desprezo , loucura e tortura. A janela abre e fecha. Silêncio. Passos perseguindo passos. Errantes , não arriscando a dor. Covardia. Procuro som das palavras , descobrindo em todo meu corpo outros pensamentos. O que meus seios pensam? Não sei saber o que de nós ainda resta . Não resta , ainda vive , distante , porém vida . Difícil ser o que se é. O tempo? Mil coisa num tempo curto. Quase nada no duradouro e cansativo tempo . Mil nadas, que curto período .Quase coisas , qualquer tempo.De concreto, possibilidades. Só Tic e TAC, porém, não concreto . Ainda resta o resto do avesso de nós dois. É.. até atravessar a rua ficou esquisito. “



Dominique Arantes

sábado, 3 de maio de 2008

X2

" Era de tudo um pouco. Mas, mesmo feliz, não era, para ela,o suficiente . Ela queria amar de novo. Estender as marcas do seu corpo. E não tinha medo de se envolver. Arriscava cada risco e contorno de si em busca das verdades que se perdiam no outro. Queria o olhar no silencio do amanhecer , hoje , amanha e depois. Abraços nos mesmos braços, sem medo de se doer. Procurava sentir e esperava encontrar, sem sofrer , baixinho dizia: sinto falta de sentir o que amo ...

Era um pouco de tudo .Mas, nem isso a fazia feliz por completo. E sempre que amanhecia ela se esquecia do que deveria fazer parte de si. Não sabia mais guardar em si . Via algumas marcas em seu corpo, mas pouco notava e nada importava mais de onde vinham. Queria o vai e vem, e o que convinha pra não se magoar. Primeiro abraços , depois beijos , corpos , respiração, e, logo, virava pro lado, tratando com mal trato quem deveria amar. Sem procurar , também , sem se queixar, sorria e tranqüila dizia : Não quero mais amar...

E assim duas , não sabia o que fazer , se seguia assim , ou tentava se esconder. Não me perguntem o que dela se fez... Perdi de vista essa menina com ares de mulher ”

Dominique Arantes

sexta-feira, 2 de maio de 2008

rasgo

“Não ...nem sempre solidão significa tristeza.

Às vezes, a água não mata a sede

Nem a chuva, o calor.

Então, pra que me perguntar se ainda te quero ?”

Dominique Arantes

segunda-feira, 21 de abril de 2008

verde e idades

Só o mar

Falava no silencio do vento

Sem medo


A areia ficava

Ainda grudada nos corpos

Cigarros no chão

Dois copos ao lado


Sem nada ,

Sem medo de ser

Contudo ,

Sem se perder


Só sendo.

Perdendo o medo,

E assim sem nomear

Sem ser isso ou aquilo

Mas estando assim ou daquele jeito


Alguns te colocam no céu

Outros te dizem mil ofensas

No meio de tudo :

Você.


E você ?

O que é?

O que quer ?

Não, não precisa saber.


No Sentir de cada momento

Permitindo às sensações

Eles se encontram em si.


É o mar que já silencia

É o vento que sussurra estados

E eles decidiram viver , de verdade.


Dessa vez, em verdades.



Dominique Arantes

domingo, 30 de março de 2008

olhos e afins


"Faz-me ouvir seus olhos ,

cheirar suas palavras ,

olhar sua boca e

beijar seu sorriso"


Dominique Arantes


um trecho é o suficiente.

domingo, 16 de março de 2008

Ares e lugares

Nunca fora naquele lugar antes, a terra era fofa demais , não lhe proporcionava segurança. E ela só queria um jeito de se proteger . Nos últimos tempos passou por tantos lugares e ares diferentes , que não sabia definir o que carregou de cada solo que pisou. Percebia sua transformação ao entrar em novas terras, sabia da sua essência , mas era tanta novidade , tanta atração , tantos riscos e brincadeiras , que ela esquecia de se olhar no espelho. Perdia-se e se encontrava com freqüência , em algum objeto , em alguma foto ou musica , nas suas lembranças. Mas sempre que se encontrava , mudava de lugar. Carregava uma mochila cheia de tralhas , objetos que a fizessem lembrar de cada lugar , cada pessoa , e todos os gestos. Gostava de olhar pro céu e procurar estrelas e de ver o Sol nascer. Independente do lugar , ela queria ver o nascer do Sol.

Dessa vez , ela queria segurança , para voltar a voar sem temer . Sabendo pousar nos solos diferentes. Caminhava por essa terra instável e se equilibrava entre tropeções e saltos. Mas parecia estar gostando do que sentia . Gostava de sorrir e aquelas cores e cheiro lhe faziam mostrar o dente. Muitas gargalhadas soltou , porém estava só . E cansou de ser só. As brincadeiras iam perdendo a graça , os risos não ecoavam , se dissipavam no ar. Sentiu falta dos abraços e olhares que foi deixando pelo caminho. Sentou e ai escorregando. Gritou , mas ninguém respondia. Dá mochila pesada e cheia de tralhas tirou três fotos e começou a cantar duas musicas. deitou numa grama escorregadia , fechou os olhos e sonhou. Sonhou com as lembranças e com o futuro. Sonhou com flores , doces , estrelas , musicas , ponte . Sentiu cheiros : café , vinho , canela ...

Até que acordou , parecendo já estar em outra parte daquele lugar , seu corpo havia escorregado. Sentou-se e sorriu novamente . Olhou pro lado , e havia outro alguém já acordado esperando-a com as mãos estendida e o olhar fixo. Não sabia quem era , mas algo à levava crer que era quem ela estava procurando, sem saber. Sem desgrudar seus dois olhos dos outros dois , foi se levantando e pegou a mão daquele rapaz , que parecia a conhecer dos sonhos . Ele então disse :

_ Vamos

Ela juntou suas coisas e concordou. Sabia que era ele , sem saber quem era ele. Foi tirando da mochila coisas que a faziam pesar , até que deixou pra trás mochila inteira , colocando nos bolsos as três fotos , pois resto levaria na memória . Caminharam horas , felizes , já estava chegando a outro lugar , ela parou em frente à entrada , respirou com um ar de indecisão. Ele a abraçou também com medo do que poderia vir. Então ela disse :

_ Leve-me.

Deram as mãos e pisaram num novo lugar. Por ele eu não sei , mas ela estava leve , sabendo sorrir , amar e voar de novo.

Dominique Arantes

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sapatos

Então os sapatos que você deixou debaixo na minha cama ainda estão lá. Tenho medo de trocá-los de lugar e assim esquecer da ultima vez que você esteve aqui. Seu cheiro já está saindo do travesseiro, mais uma vez. Não se preocupe , vou comprar seu perfume naquela loja , novamente. Não sei ... não sei se te amo , Sei que sinto saudades , sei que preparo falas , que abro o seu lado do guarda-roupa e ele está vazio. No mais, não sei. Olho no espelho e vejo que estou envelhecendo , o tempo passa . Vejo isso ,.. E você ? como está? Às vezes me esqueço do seu rosto , então me lembro do som da sua voz ao meu ouvido . Doce e rouca . Lembro dos poemas que sussurrava antes de eu dormir , pareciam ser todos de sua autoria , tamanha sinceridade nas palavras. Mas você não está mais aqui. Partiu, mudou. Troco os móveis do nosso, digo, do meu apartamento toda semana. Mas eles parecem voltar sozinhos para posição que você preferia. É .. é .. eu devo te amar ainda, ou não , é só nostalgia por não ter mas suas mãos correndo sobre meu corpo toda noite . Já experimentei outros corpos , mas .. ah .. o que estou dizendo ?.. é verdade .. eles não são seus .. Não! Não são suaves e pesados como o seu . Tento mas só seus lábios foram feitos para os meus , seus braços para minha cintura , eu sobre seu peito , e seu sorriso toda manhã ... Ontem fiquei aqui da janela do nosso quarto , digo meu quarto , procurando aquela estrela , aquela pequena que você reparava toda noite. Ela ainda está lá, sabia ? Esperando você voltar . Quem sabe assim seja a vez dela partir .

Agora vou tomar um café . Coloco seu cd preferido e tomo café .Você que me passou esse vicio , lembra? Eu detestava ( risos). Estou andando pelo apartamento de meia e blusão. Danço um pouco , não posso fazer muito barulho. Ele ainda está dormindo. Ele detesta café . Mas ama mil outras coisas que você detesta , ou detestava. Como a vida é . Eu tive uma das melhores noites da minha vida e acordo me perguntando se te amo . Se ainda te amo . Ás vezes acho que se eu te esquecer de vez eu perco parte de mim , por isso não mexo no seu sapato velho embaixo da cama . Não mexo Daqui a pouco ele vai acordar e eu vou ter que ser fria, para que ele me ache insuportável , insensível e não me queira mais . Tenho medo de te esquecer , já disse. Não quero me apaixonar de novo . Você nunca me disse porque partiu , nem que ia partir , e assim eu fico pensando que foi sem querer . Sim ! Foi um impulso louco de um louco que quiz arriscar . silêncio ,.. O rapaz dos olhos verdes e sorriso tímido ainda está dormindo. Como ele é lindo .. . parece um anjo .. ele é músico, sabia ? não poeta e sim músico! Se bem que os músicos tornam-se poetas quando apropriam-se de canções que são verdadeiras poesias.

Agora quero dormir , parece que o efeito do café já passou . Me deito. Pego a tênis dele e coloco embaixo da cama. Sem querer, empurro o seu sapato para o fundo. É, acho que vou arriscar. E se você voltar , ai eu tento descobrir se ainda te amo.

Dominique Arantes

sábado, 16 de fevereiro de 2008

cortina fechada

“Nada Faz

No entanto, tudo quer.

Fica parado , sentado

Achando que da pé


De dia vê Tv

De noite vira pro lado

Nada faz , nada quer .

Só fica parado


Esse rapaz , repensa na vida

Todo dia ,toda hora

Ele pensa ,

E Mais nada, .


Faz sua manhã ficar nublada

A noite perder as estrelas

Cai num copo de pinga

Senta diante da geladeira


Copo vazio

Jogado no chão

Corpo vazio

Sempre na contramão


Que luz vais enxergar

Se a cortina não abre?

Que sol queres ver

Se colocas uma venda.


Anda anda ,

Canta!

Larga esse copo

Desvira o quadro


Abre essa porta

Engloba um abraço


Sangra um pouco

Mas sorria no final

Faz que quer

Faz carnaval


Brigue com a mulher

Chore igual

Mas abra a cortina

E largue desse mal


Nada Mal

Se tudo quer

Brigou

E já ta de pé


Dominique Arantes

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Açúcar ou adoçante?

Açúcar ou adoçante?

Em prática, não fiz nada . Liguei o som e deixei que uma trilha de um filme acompanhasse nossa noite. Ele entrou, tirou o terno e jogou-o no sofá como era de costume, sentou-se e, assim que pisei na sala, olhou-me de baixo à cima tentando desvendar o que tinha por baixo daquele meu vestido preto. Dei meia volta, deixando que ele me analisasse por inteiro, e então sentei-me em seu colo. Desabotoei os dois primeiros botões de sua camisa e dei-lhe o primeiro beijo, o primeiro daquela noite , que certamente terminaria com um cheiro de café vindo da copa. Ele levantou-se comigo em seu colo e disse:

_ És à mais bela criatura que meus olhos podem ver.

Respondi com um sorriso tímido, e os olhos em sua boca. Ele colocou-me em pé e sugeriu uma dança. Ah... a noite estava propícia para os amantes . Não digo por mim , nem por ele , mas pelo ar parisiense que embriagava toda cidade. Dançamos por dez , não , digo, trinta minutos , ou poderia ser uma(1) hora. Bem , não me lembro do duração do tempo, só dos seus olhos a olhar meus pensamentos. Depois da dança, sentamos para jantar, como nos filmes e na minha imaginação. Certamente, esse era o amor que cabia em meus sonhos, pelo menos por alguns instantes. Ah .. a janta . Ele me conhecia, sabia que eu não possuía a prática da culinária, ao contrario dele, que sempre preparava as mais deliciosas receitas. Mas a surpresa era minha , e eu que tivera que preparar nosso jantar . Confesso , liguei para o restaurante mais chique das redondezas e encomendei a degustação. Obviamente não estragaria nossa noite por causa de alguma receita mal preparada.

Ele foi acendendo todas as velas e apagando às luzes, a música nos rodeando , e logo sentamos à mesa . Rimos , comemos , relembramos , brindamos com vinho à mais um dia de amor . Lembramos do nosso primeiro encontro: eram 17 horas e eu estava sentada na areia observando o mar e o céu, com os olhos cheios de água querendo chorar por outro alguém, quando um rapaz sentou do meu lado e disse “_ um lindo dia para se apaixonar, não acha?” .Foi a cantada mais brega que já ouvi na minha vida , e ele mesmo concorda com isso, mas havia funcionado.

Acabamos o jantar, brindamos mais e mais vezes ao amor , hoje , ao nosso especificamente. Troquei o cd. Dançávamos agora ao som de Edith Piaf . O que nos levou a crescentes sensações . Fomos caminhando entre beijos , sorrisos , suspiros , mãos e pele . Já no corredor desabotoei sua camisa por completo, ele soltou meus cabelos, enquanto beijava-me o pescoço, e conseguiu desvendar parte do que estava por baixo do pretinho básico feminino . Chegamos ao quarto, e os mais altos tons de Piaf já se tornavam baixos diante dos sons que nossos corpos faziam. Não sabíamos que horas eram , e assim amamo-nos com paixão pelo tempo que permitimo-nos. Em cada ação dizíamos com nossos corpos e olhos, sublimes frases de amor, capazes de deixar muitos poetas boquiabertos.

Já deitados , agora com a leveza de um respiração infantil , olhávamos um para o outro e antes que um “ eu te amo” surgisse de uma das bocas , o sol adentrou a janela do quarto em sua forma mais bela e disse por nós . Ele se levantou e soltou a primeira frase de um novo dia que se iniciava :

“_ açúcar ou adoçante ? ”

Dominique Arantes

domingo, 6 de janeiro de 2008

Sua nudez não será castigada.

"Meros instantes

constantes de versos

cada curva uma palavra

e seu corpo todo em rimas


sem castigos

ou inimigos

coração pulsante

a cada instante


A pele pelo corpo passa

Passando a ser minha também

Em pleno verão ou em qualquer estação

A mim, isso tudo convém.”


Dominique Arantes