sábado, 2 de abril de 2011

Sobre o que vem depois

Prendo meus lábios ao seu.
Dói a forma que nossos corpos escolheram para criar comunicação.
Dói o seu gosto na minha saliva. Seu gesto.
Não me diga sobre os outros corpos. Eu não estou criando nossa posteridade.
A gente se fura só com esse instante e depois a gente despensa os fluxos.
Se deixa partir. Sem ficar pedaços. Partir.
Eu não sei escorregar meu corpo no seu sem carregar os pedaços.
Desculpa. Eu menti sobre a posteridade. Sobre o que não vem depois.
Você me dói. Estou latejando sua pele em mim.
 

Um comentário:

Marla Freire disse...

Nossa, adorei seu blog. *-*