terça-feira, 6 de julho de 2010

Flores

Aquela flor ali em cima, é plástico. Em cima da mesa. É plastico. Não tem nada de verdade ali. Foi uma verdade que você inventou para criar suas rimas. Para ter com quem olhar. Ter o que olhar. A gente já viu isso naquela peça. Plástico não guarda memória. É coisa dobravél que está sempre rindo. Sempre com a mesma cara. Ele não se afeta. E nem afeta ninguém. A não ser, que como você, a gente crie essa ilusão de que realmente há sentimento ali. E você acreditou que era algo real? Por que? Você precisava realmente sentir isso. Você já viu um girassol de verdade? Já tocou nele. Já viu como ele sorri quando é cuidade, e como ele precisa de cuidado. Não é isso de estar sempre ali em pé. Ele não pode ser algo que você coloca como enfeite, feito essa artificialidade que está na mesa. Não! Você não sabe cuidar.Você está criando uma estante de flores e deixando elas murcharem lá, sem ar, quietas, sozinhas, carentes de atenção. Até que um dia uma morre. Despedaçae. Despetala. Algumas já se foram mesmo. Mas você nem olha a estante. Você quer essa moldura , essa aparência firme e forte, essa segurança que não quebra. Que não recebe e não dá. Você quer se relacionar com plástico. E foge quando um girassol ou um lirio batem à sua porto. Finge que não é nada, os coloca na estante e vai à tenda da esquina comprar um efeite feito de nada natural. Você precisa sentir. Precisa parar de se sentir plástico.

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