segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Escritura

Quanta gente. Pudera eu ser o mar e me afogar em mim mesma. Eu o faço. Afogo-e constantemente nos tormentos deste corpo. Ele diz "quero te ser". Estou parada. Movimento meus caninos. Existe um barulho esquisito. Como se fosse possível ficar parada. Isso foi uma ironia. Estou fixa, mas sou movimento. Impreciso, claro. Não sei aonde irei dar, nem sei de mim dar as palavras certas. Eu digo "quero tecer, escrever movimentos". Deixe-me tecer os coisas tortas e bonitas. Gostos de coisas bonitas. Coisas que ficam nos sorrindo e pedindo abraços. Sei, elas nos rasgam, mas sorriem. Gosto de coisas que me rasgam. Não me deixe quieta. Quisesse eu parar, pediria a morte. Para parar tudo, toda a inquietação, e todos os rabiscos, parar a circulação do sangue. Parar, deixar de ser movimento é morte. Não! Eu vou dançar até a última linha, para não aceitar ser dada.

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