quinta-feira, 9 de junho de 2011

Quatro e quarenta e cinco.


Não há peso. Tira esse desgosto de quem está predestinado a não ser amor. Não há peso. Não nos culpe pelo peso de outrora, a hora é outra. Eu queria dizer, que assim, te olhando dormir, com a camisa listrada, e com os pés tensos devido ao frio, que apesar dos pesares, do calos ruindo, eu queria estar aí. Não olhando mas compartilhando o sono, o corpo, o ronco. Queria dizer para você não acordar, não agora, para que eu consiga terminar-nos em palavras. Para que quando te olhe, já não haja lágrimas, nem dor no estômago, nem choro desamparado, nem ducha de agua fria. E que desistir assim de amar é cruel, é feio, é covardia. Te acho covarde. Não me importa seu mau-humor matinal, nem a preguiça enrolado do lençol fino. Gosto da sua estranha inteireza;
Queria pesar mais vezes sobre você. Pesar leve. não sei se te ensinaram essa palavra. Leveza. Ela existe e é possível de ser amor. O lado esquerdo do meu rosto está berrando de dor, o diagnóstico mensal é rinite. Eu acredito que sejam lágrimas petrificadas. Sabe aquilo que a gente não diz? Então, vira dor, depois lágrima e, então, elas petrificam, congelam. Não é rinite, nem sinusite. É palavra não-dita.
Já levantei, nos vomitei quatro vezes repetidas naquela privada branca. Minha cabeça está explodindo, e você irá dormir até às 11 da manhã. Diremos até mais. e eu seguirei chorando, partida, de novo. Que bom. Pelo menos cheguei ao ponto de ser partida. Imagine ficar inteira? Não, não sirvo para isso. Mas é leve. Vai. Decora essa palavra, procura no dicionário, aprende por osmose. Qualquer coisa que te faça ser feliz. Eu sei que você falou tudo para que em mim seja menor a dor. Ou não, você foi inteiramente inteiro e sincero. Que bom. Espero.
Não consigo dormir. Já disse né? Você poderia ter dito às 21h. Estaria em casa. Com meus corticoides e respirando, apesar de latejando. Agora que são quatro e quarenta e um da manhã desta quinta-feira, acho que estou mais preparada para te dizer tchau, até logo, até mais. Mentira. Já estou com saudades, porque nem consigo mais abraçar seu corpo. Deito-me ao seu lado e meu toque no seu, me dói por saber que não seremos mais daqui a pouco.
Eu queria insistir. Não desistir. Mas sou um. Te disse. Minha decisão não nos sustenta. Isso é mais que obvio, somos dois. Você disse, eu queria tentar ser feliz com você. Tenta! Então. Vai! Acorda agora, e diz que se confundiu. Não há peso nas palavras, nem nos abraços, nem nos beijos. Quando meu corpo pesa sobre o seu, é só para o gozo, e compartilhamento da pele, da temperatura, da respiração. Não há peso nenhum.
Você deveria aprender a pesar leve sobre mim. 

2 comentários:

Um brasileiro disse...

oi. estive por aqui dando uma olhada. gostei. muito legal. apareça por la. abraços.

ValdirZ disse...

Soh pra registro: tava procurando inspiração... encontrei no teu blog e neste post!