sexta-feira, 7 de maio de 2010

Quando.


Porque ali, quando você disse, que eu devia ficar, eu parti. Ali suas mãos sobre as minhas deveriam ter sido postas, e coladas, cravadas até que você me levasse à cama  e com o seu corpo se fizesse cobertor. Ali você deveria  ter dito: Fica mais dez minutos. E esses dez tornar-se-iam vinte, e depois trinta e depois depois. Quantas infinitudes fossemos capaz de desejar. Ali eu deveria ter sido inteira e não repartida entre o piso de madeira e o azulejo gelado do corredor.  Ai, então, sairia alguma palavra não pensada, nem pesada, mas afirmativa do desejo de ficar. Mais uma hora, mais um dia, uma semana talvez. Ficar para ver onde isso que criamos poderia nos levar. E ficar para ver que, talvez, a maior distância que conseguiríamos percorrer, seria , de novo, mais uma vez, ir até o edredom amassado , portador de cheiros outros e nossos. E de lembranças esquecidas, porém revividas de dois corpos.  Mas meu corpo decidiu, lá no inicio, partir.

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