domingo, 24 de outubro de 2010

Desconstruida

Chega um ponto em que levantar paredes pela força não faz sentido algum.  Diga-me onde estamos com esses remendos todos por cima dos tijolos destruídos? Dói um pouco perceber, mas esse casamento já não se fez faz tempo. Sabemos, não cabemos na mesma cama. E para que ficar rossando os corpos, criando prazer e dores? Ai, que besteira estamos fazendo com a nossa sobrevivência em conjunto. Eu não posso estar com você. Se você me exige dor para sua alegria, para mostrar suas teorias e sabedorias, eu não posso. Não é assim que eu aprendi a construir relações. Eu tentei equilibrio entre nossos prazeres. Isso foi quase impossível. Posso lembrar de alguns momentos, sim. Mas nada que sustente essa parede. Tem mil coisas penduradas nela. Ela nos carrega, carrega as estantes, os bichos, os retratos. Preciso de sorrisos sinceros. Não quero insistir em nossos cortes. Fica uma dor. Pode ser desistência mais uma vez. De nós. E posso voltar mais uma vez, para nós. Deixe-me feliz sem suas verdades.

Um comentário:

Anônimo disse...

não sabemos mais nada para além da casa.. o que foi que aconteceu? é medo de despertencer? é medo de partir? tá estranho isso....