sábado, 26 de junho de 2010

Fluxo

Quando eu voltei, eu pensei ter dito: Estou inteira, de volta, sua. E ter dado algum lugar seguro para o seu riso. Pensei ser de novo e pela primeira vez sobria entre nós. E sem desculpas ou arrependimentos. Quando eu deitei no seu travesseiro e me abri inteira, eu me rasguei a pele e te disse pelos poros que precisava ser sua coberta e ser coberta por ti. Quando eu abri os olhos e te senti respirar na minha nuca, pressenti não saber escapar disso. Não quiz me fugir de você. Agora estou fundida, fudida, estuprada pela falta de afeto entre dois.

Eu deito te. olho. Vejo-te em quinze posições diferentes e não consigo te sentir.
Quando eu partir pensarei estar inteira e tirar seu riso de mim.



" forcei-me a liberdade e aguento-a não como um dom mas com heróismo: sou heróicamente livre."
C.L.

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