quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sinceridade

_ Eu agora entendi
_ O que?
_ Isso que você nomeou a gente.
_ Eu disse: não ter nome.
_ Eu sei.
_ Então.
_ Eu agora entendi.Por isso, agora vai ser assim. Eu calada e você colada em mim. E ignora essa rima ruim, por favor.
_ Eu queria ficar calada.
_ Você pode. Faça como quiser.
_ Estranho te ver assim. Pouco entregue.
_ Eu estou jogando seu jogo.
_ Eu nunca falei em jogar.
_ Olha, você precisa lembrar mais das coisas que você fala.

silêncio.

_ Eu preciso de você.
_ Eu sei.
_ E por que essa distância?
_ Eu não vou dizer mais uma vez.
_ De quem você está se protegendo?
_ De você.
_ De mim?
_ De mim.

Silêncio.

_ De mim. Dessa minha mania de mergulhar e dizer o que penso quando sinto.
_ Eu acho isso bonito. Eu gosto.
_ De mim?
_ Disso que a gente criou. Não o agora. Não esse encontro de hoje. Estranho, distante. De você. Pronto falei.
_ Podia ter dito antes.
_ Eu não preciso dizer palavras.
_ Mesmo assim, acho que agora as coisas já mudaram.
_ Então será assim.
_ Será do jeito que nos colocarmos.
_ Tá. Eu vou indo, então. Preciso saber se resto inteira nisso tudo. Bom falar com você.
_ Volta.
_ Oi?
_ Volta logo.

Sorriem. E partem em diferentes direções.

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